terça-feira, 15 de julho de 2014

Matéria: Rallye Volta da America 1978

Essa é mais uma história que não conhecia. Mas de tanto que pesquisei pela internet, acabei tendo que comprar o livro para matar minha curiosidade... rs
 

Valeu a pena o investimento.
 
Bom, aqui vai mais uma prova de como o nosso amado Fusca é pau pra toda obra, dando show de resistência e robustez em muito carro novo, principalmente quando o assunto é encarar situações adversas.
 
Ralis-maratona são de uma época romântica do automobilismo. Pouca tecnologia, baixo custo e um monte de malucos apaixonados dispostos a disputá-lo, até mesmo de Fusca!
 
Em 1978, duas duplas da Equipe Gaucha Car representaram o Brasil encarando esse Rali com 2 Fuscas 1300 (os únicos inscritos na prova).
 
 
A dupla gaúcha formada por Christiano Nygaard e Neri Reolon superou o desafio com seu Fusca e conquistou o título na “Classe A”, reservada aos veículos de até 1.300 cilindradas. Em Segundo lugar ficou o outro Fusca da dupla, Jorge Raimundo Fleck e Mário Figueiredo, também da Gaúcha Car.
 
O Fusca de nº 110 da dupla Christiano e Neri.

O Fusca de nº 105 da dupla Jorge e Mário.
Durante os 39 dias de competição do Rali, e dez países visitados, diversos foram os obstáculos ao longo dos 29 mil quilômetros percorridos. As duplas encararam tudo de Fusca, enfrentando todos os tipos de terrenos e climas. Passar pela nossa costa sul era uma tarefa árdua, muitos trechos eram feitos nas areias das praias, com o detalhe de prestar atenção no movimento da maré para não perder o carro na arrebentação. Os pilotos paravam apenas para abastecer.
 
 
Um fato interessante foi a falta de oxigênio decorrente da altitude venezuelana (5.400 metros acima do nível do mar), lá o pneu de um dos Fuscas furou e para trocá-lo foi um verdadeiro um martírio. A equipe tinha que executar a troca sem fazer muito esforço para não ficar com falta de ar.
 
Dos 65 participantes, a maioria oriundos de vários países da América do Sul, apenas 22 concluíram a prova. Os trechos eram longos, sendo que um deles durou 36 horas para concluir, entre Bariloche e Ushuaya. Uma verdadeira prova para pilotos, navegadores e claro, o carro!

Propaganda de 1978.
 
Reprodução idêntica, exposta no Museu do Automobilismo Brasileiro.
 
Enfim! O livro, ele é show de bola, custou apenas 30 reais (fora o frete). Infelizmente não convêm postar as imagens do conteúdo da obra por questões de direitos autorais, mas fica aqui a dica para quem estiver interessado.



Vídeos de época:






Fonte: http://webventure.virgula.uol.com.br/coberturas/sertoes2009/blog/home/id/9/idPost/3452/t/Livro+Rallye+Volta+America+1978+2008

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Matéria: Dupla vai do Brasil ao México, de Fusca, para assistir à Copa de 70

Às vésperas da Copa do Mundo de 1970, os amigos Ivan e Fael, com seus vinte e poucos anos, donos de uma loja de automóveis em São Paulo que tinha fechado, por que o imóvel havia sido desapropriação, resolveram comprar um Fusca 1962 (1200 cilindradas) e caíram na estrada para ver o Brasil jogar na Copa do México.

Desimpedidos, solteiros e um fusquinha em ponto de bala, era tudo que precisavam.   Foram 21 dias de São Paulo até Guadalajara percorrendo 15 mil quilômetros, algumas mudas de roupas e mil dólares cada um (na época um boa quantia). Só que antes de cair na estrada, a dupla teve uma ideia genial que acabou facilitando o acesso em determinados países por onde passou.
 
Os aventureiros Fael e Ivan.

 
Em 1970, o jornal Daily Mirror realizou o World Cup Rally (Rally Copa do Mundo), uma prova de longa distância entre Inglaterra e México para comemorar a Copa do Mundo de Futebol. A largada ocorreu em Londres no dia 19 de abril de 1970, com chegada na cidade do México em 27 de maio de 1970, rodando aproximadamente 25.750 quilômetros.
 

 
Realmente houve um Fusca e um Bug inscritos no rally...

Mas nenhum deles concluiu a prova.

 
Então, como essa prova iria cruzar a América Latina a partir do Rio de Janeiro. A tática foi escrever um “falso número 15” no Fusca e sair dois dias antes do Rally passar por São Paulo, seguindo o mesmo trajeto que fariam os competidores, fingindo participar do Rally. A cada cidade que chegavam eram homenageados, como se estivessem participando da prova. E todos pensavam que o Fusca estava liderando a competição.
 
O "falso nº 15" colado ao carro. 

 
Bom voltando...  A aventura começou no dia 13 de maio, pouco mais de um mês para o Brasil participar do primeiro jogo. Os amigos iam se revezando a cada 500 km, era praticamente parar o carro (sem desligar o motor), trocar de lugar, seguir em frente e sem mapas. No Panamá, compraram uma câmera de 8 milímetros para registrar os melhores momentos.
 
 
A dupla que usou o futebol como motivação para essa viagem de aventura finalmente chegou ao México, conseguiram assistir aos jogos da seleção brasileira no estádio e de quebra, ainda se tornaram amigos dos jogadores da seleção brasileira.

Os dois e seu fusquinha fizeram o maior sucesso na cidade. Os mexicanos os receberam de forma excepcionalmente alegre e carinhosa acolhendo-os por quase um mês, e sem deixá-los gastar um tostão.
 
Seleção no intervalo dos treinos.
 
Aproveitando o clima de comemoração pela conquista do tricampeonato, seguido do convite para visitar um casal de brasileiros que vivia em Chicago e contando com ajuda dos "novos colegas" mexicanos, eles conseguiram o visto para os Estados Unidos e decidiram dar uma esticadinha na viagem até Fairbanks no Alaska, ou seja, mais 66 mil quilômetros até o fim do continente. Tudo isso sem dinheiro e sem falar Inglês.
 
Agora eles irão refazer o trajeto, São Paulo ao México, num Fusca 68 seguindo o mesmo caminho da viagem original realizada há 44 anos. A história de Ivan Charoux e Rafael Sawaya será registrada no documentário chamado “Filhos da Pista”, que já começou a ser filmado.
 


O documentário que deverá estar pronto ainda em 2014 contará com depoimentos do jornalista Juca Kfouri, do craque Rivellino e o ex-goleiro Felix, em seu último registro público em vida. O projeto resgata ainda registros da viagem original feitos pela dupla em 1970, no total, são 90 minutos gravados em 8mm devidamente recuperado e digitalizado.
 



 
Ivan e Fael entrevistados no programa The Noite (10:55).



Fonte:
http://carrosantigoseonibus.nafoto.net/photo20130607083216.html
http://blogdojuca.uol.com.br/2014/04/filhos-da-pista/
http://luiscezar.blogspot.com.br/2012/11/cars-world-cup-rally-1970-london-mexico.html
http://www.bluebus.com.br/foram-brasil-ao-mexico-de-fusca-para-assistir-copa-de-70-refazem-o-trajeto-em-2014/
http://vejasp.abril.com.br/materia/amigos-vao-de-sao-paulo-ao-mexico-no-mesmo-caminho-de-44-anos-antes

terça-feira, 8 de julho de 2014

Matéria: Positivo e Operante

Lendo uma edição da Revista Fusca & Cia, me deparei com essa matéria muito interessante sobre o emprego do Fusca como viatura de polícia, sendo assim, resolvi compartilhar. Quem quiser ler toda a matéria, aí esta a capa do exemplar. Só lembrando que as fotos não são as mesmas da matéria impressa, mas valem como referência.


Vamos lá...


Positivo e Operante
 
POR MAIS DE QUATRO DÉCADAS, O FUSCA TAMBÉM SE DESTACOU NA DURA TAREFA DE VIGIAR, PROTEGER E MANTER A ORDEM NA SEGURANÇA PÚBLICA.
 
Ao longo de sua existência, o Fusca cativou gerações como sinônimo de durabilidade, economia, praticidade, valentia, entre outros adjetivos que ressaltavam a confiabilidade mecânica, a destreza e o valor de mercado do automóvel. Não faz muito tempo, ele também atuou nos mais variados serviços públicos, papel que lhe garantiu outros significados, inclusive o de defensor da lei.
 
Talvez os mais jovens possam até desdenhar, mas houve uma época em que o soar de uma sirene precedia o ronco de um motor refrigerado a ar. Eram as chamadas rádio patrulhas, que botavam os gatunos em alerta no apoio às ações das Polícias Civil  e Militar.
 
O Fusca foi incorporado nas nossas forças policiais nas décadas de 50. As primeiras unidades ainda vinham da Alemanha, mas já eram montadas aqui. Naquela época, o controle ostensivo da criminalidade no Estado de São Paulo, um dos primeiros a adotar o “besouro” na frota policial, era responsabilidade da Guarda Civil e da Força Pública (que se uniram, em 1970, dando origem a Polícia Militar).

Comando de Policiamento de Área Metropolitano-2 (CPA-M2), localizado em frente ao Aeroporto de Congonhas.
 

Entrega das primeiras viaturas à Guarda Civil, pelo Prefeito Jânio Quadros 1987.

Viatura da Força Pública.

Na ocasião, o Volkswagen Sedan começou a substituir os grandes e potentes modelos da Ford e Chevrolet que eram importados. A princípio, essa mudança foi vista com ceticismo pelos patrulheiros, que achavam o Fusca um carro pequeno e fraco demais para o serviço policial, recorda o coronel da PM Alaor Silva Brandão, 70 anos, que naquele tempo atuava como chefe da oficina da corporação.
 
De acordo com o oficial, no entanto, não demorou para que essa mentalidade fosse mudada. Por ser robusto e não recuar diante de terrenos difíceis, o besouro logo ganhou fama entre a corporação como a viatura para qualquer diligência e ficou conhecido pela alcunha de “baratinha”.
 
Baratinha.
 
“Certa vez, já nos anos 80, houve uma ocorrência em uma estrada de terra repleta de ladeiras. Estava chovendo e nem o Corcel, nem a Veraneio conseguiram transpor a lama. O único que chegou ao local foi o fusquinha”, destaca o soldado Marcos Antônio Fazio, de 43 anos, entusiasta e pesquisador do Fusca na área da segurança pública.
 
Difícil de imaginar uma Veraneio não conseguir transpor a lama.

 
Os temores iniciais pela falta de potência também não se confirmaram, já que 90% da frota do país naquele tempo, e boa parte dos veículos usados pelos bandidos, era composta por Fuscas. O problema era perseguir os DKW-Vemag, mais velozes e estáveis, lembra o coronel Brandão.
 
Imagina um DKW (motor dois tempos de 3 cilindros) sendo perseguido por um Fusca.
 
Mas a verdade seja dita, o espaço interno do carro, sobretudo no banco traseiro, era o maior empecilho no dia-a-dia das rondas operacionais. “O mais difícil era colocar alguém preso dentro do carro. Se já era difícil querer entrar no banco de trás, imagina acomodar o sujeito que lutava para não ir em cana”, conta o oficial.
 
 
Na época dos primeiros modelos, as baterias de 6 volts também chegaram a causar transtornos. “Elas simplesmente não aguentavam alimentar o rádio-comunicador e precisavam ser trocadas a cada 24 horas”, afirma o coronel. “A solução veio de um oficial chamado Walter Carlson, que teve a brilhante ideia de instalar uma segunda bateria no carro e outra polia no gerador”, revela.
 
Viatura da Dersa equipada com rádio transmissor.
 
O Fusca sobreviveu bravamente na polícia paulistana até meados de 1998. Atualmente, ainda é possível encontrar um ou outro exemplar no pátio de algumas delegacias. “Mas são usados apenas para trabalhos administrativos. Não dá mais para sair atrás de meliante a bordo de fusquinha”, explica o coronel Brandão.
 
Provavelmente essa foto é de meados de 1985. Entrega de novas viaturas.
 
De qualquer maneira, não é exagero afirmar que este pequeno grande carro se aposentou deixando um importante legado na força pública. “Quem trabalhou com ele não esquece jamais de suas qualidades excepcionais. Ainda hoje não inventaram um veículo que dê tão pouca manutenção e aguente tanto tranco”, destaca com saudade o oficial da PM.
 
TIRO PELA CULATRA
Insatisfeita com a demora na entrega das peças de reposição para os Fuscas, a Polícia Militar paulista resolveu dar uma “lição” na Volkswagen durante a década de 70. “Éramos o maior cliente da marca, nossa frota ultrapassava as 2.500 viaturas, mas a fábrica não conseguia fornecer as peças na velocidade com que precisávamos”, conta o coronel Brandão, na época chefe da oficina da PM. “Foi então que o alto comando da corporação teve a ideia de comprar alguma unidades do Corcel; sendo que tudo não passaria de uma jogada para fazer pressão na Volkswagen e ver eles agilizarem as entregas”, diz.
 
Década de 70. Entrega de novas viaturas.
 
De acordo com o oficial, o governo não entendeu a intenção da negociação e acabou comprando mais Corcel do que deveria. “Foi um verdadeiro desastre”, conta o coronel. “O carro da Ford não apenas era mais fraco do que o Fusca, como também não conseguia fazer as rondas nas ruas sem pavimentação da periferia”, afirma Brandão.
 
Por fim, a PM foi obrigada a retirar o Corcel do serviço operacional e passou a utilizar os poucos carros que resistiram apenas no transporte de pessoal.
 
Fonte:
- Revista Fusca e Cia. Ano 1 nº 3.
 

Google...

Apenas compartilhando a “homenagem” feita pela Google ao amado fusquinha. Agora é uma questão de interpretação, pois sabe como é: Fusca, Alemanha, Copa do Mundo, derrota... rsrs