sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Matéria: Linha “VW Boxer” do Brasil

Quando surgiu, na década de 30, o motor Volks de quatro cilindros contrapostos, conhecido como "Boxer", era um exemplo de eficiência. Feito de liga de magnésio ele era muito leve, além de dispensar radiador e bomba d’água.
 
 
Quem não se lembra das propagandas que dizia “Ar não ferve”, num tempo em que os outros carros viviam enguiçando por superaquecimento. Sem falar da característica de suportar uso contínuo, em altas rotações, sem pane mecânica.
 
Bom, por aqui ele chegou em 1950 pelo Grupo Brasmotor (proprietário da marca Brastemp). As versões iniciais foram a de 1200cm³, que logo passou para 1300cm³ e depois veio a 1500, 1600 e até mesmo a 1700, usado no SP2. Quanto ao combustível, isso dependia do momento econômico do país, mas começou com a gasolina passando pelo diesel, álcool e até GNV.

 
 
Fomos o último país a produzi-lo, em série, há quase dez anos. Nenhum motor foi tão simples, resistente, confiável e de fácil manutenção quanto ele. Incrivelmente, muitas vezes a vida de um motor boxer ultrapassava a própria vida útil da carroceria.
 
A Kombi foi, curiosamente, o primeiro e também o último a adotar esse propulsor que já vinha mostrando dificuldades para adequar-se às novas normas em vigor. Os principais argumentos eram:
- Seu nível de ruído era de 2 decibéis mais alto que o permitido;
- Elevada emissões de poluentes (o teor de hidrocarbonetos emitidos pelo boxer é 45% acima do permitido);
- Dificuldade em aderir à onda flex.
 
Esse conjunto de fatores foi determinante para que o velho boxer desse lugar ao “moderno” motor 1.4 refrigerado a água e flex, do Fox exportação, que além de tudo ainda era até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômico.
 
 
Mas é isso, sua produção foi encerrada em nível mundial, no Brasil, dia 23 de dezembro de 2005. Mesmo sendo barulhento e poluidor, esse motorzinho ainda prestará bons serviços por muito tempo, além de manter firme uma legião de defensores que cada vez aumenta mais.
 
Agora enumerarei os modelos produzidos pela Volkswagen do Brasil, que desde 1950 compartilharam o velho boxer. Só lembrando que em seu tempo de glória eram feitos mais de 2.200 desses motores por dia contra apenas 1.500 por mês já em sua fase final.
 
Os Pioneiros
 
* Kombi (1950 a 2013)
Desde que chegou ao Brasil ela vinha com o tradicional motor boxer, refrigerado a ar, de 1200 cm³ e 36 cv. Em 1967 toda linha Kombi substituiu o motor 1200 pelo novo 1500 cm³ de 52 cv, o que permitiu ampliar a capacidade de carga de 810 para 970 Kg.
 
 
 
Em 1978, uma nova substituição. Agora saía o motor 1500 e entrava o 1600 cm³ de dupla carburação que gerava 52 cv.
 
 
Com a chegada da década de 80 e o preço do combustível nas alturas, a Volkswagen apresentou em 1981 a Kombi na versão diesel, com motor 1600 cm³ de 50 cv refrigerado a água (o mesmo do Passat exportação). Em 1985 todas as versões a diesel foram descontinuadas, dando lugar aos motores a álcool.
 
 
A Kombi seguiu sem grandes alterações mecânicas até 1997, quando passou a vir equipada com motor de 1600 cm³ de 58 cv com injeção eletrônica, sendo o primeiro e único "VW a ar" com injeção no Brasil. Em 2005, devido às novas leis de emissões de poluentes, o tradicional motor boxer refrigerado a ar foi descontinuado.
 
 
* Fusca (1953 a 1986 – 1993 a 1996)
Assim como a Kombi, o Sedan (Fusca) chegou ao Brasil, na mesma época, pela Brasmotor até passar a ser fabricado exclusivamente pela Volkswagen em 1957. Inicialmente seu motor era um 1200 cm³ de 36 cv. Em 1967 o Sedan recebia seu novo motor 1300 cm³ de 45 cv.
 
 
 
A escalada de potência prosseguiu com a introdução do Sedan 1500 cm³ de 52 cv, vulgarmente conhecido como Fuscão, em 1970. Essa versão acabou sendo descontinuada em 1975.
 
 
Quatro anos mais tarde, em 1974, ocorre o lançamento da versão “esportiva” conhecida como VW 1600-S, o Super Fuscão (ou Bizorrão), com motor de dupla carburação que desenvolvia 65 cv. Curiosamente essa versão só foi produzida em 1974.


É chegada à década de 80 e no ano seguinte começam a chegar nas concessionárias as primeiras unidades do Fusca 1300 com motor a álcool.
 
Em 1984 o motor 1300 deixou de ser produzido dando lugar ao novo motor 1600 (Tork), mais moderno, com pistões, cilindros e cabeçotes redesenhados, válvulas de escapamento maiores e novas câmaras de combustão que melhoram a queima da mistura ar/combustível.
 
No ano de 1985, para comemorar o lançamento da linha 85 uma série especial do Fusca passou a ser comercializada. Era um modelo 1600 a álcool de dupla carburação. Em 1986 ele passou a ser oferecido com uma única versão a gasolina ou a álcool. Nesse mesmo ano a Volkswagen desistiu de fabricá-lo no Brasil.
 
 
Em 1993, a Volks volta a fabricar o Fusca, embora ainda mantivesse o mesmo motor 1600 de sete anos atrás. Em 1996 ele definitivamente deixava de ser produzido no Brasil.
 
 
Os derivados
Seguindo a configuração padrão (motor boxer, traseiro, arrefecimento a ar) inaugurada pela Kombi e pelo Fusca, a Volkswagen decide lançar novos modelos destinado a outras fatias do mercado, inclusive esportivos:
 
* Karmann Ghia (1962 a 1972)
Foi o primeiro esportivo, oficialmente, feito aqui pela Volkswagen, apenas três anos depois da fabricação do primeiro Fusca no Brasil. O modelo inicial possuía motor de 1200 cm³ de 36 cv. No ano de 1967 ele passou a utilizar o motor de 1500 cm³ de 52 cv. Já em 1970 passava a contar com motor 1600 cm³ de carburação simples e 58 cv.
 
 
* VW 1600 (1968 a 1971)
Em 1968 estreava o VW 1600, um sedã três volumes de quatro portas. Foi um veículo médio que oferecia maior conforto e maior capacidade de carga, aliado ao motor 1600 cm³ de carburação simples e 58 cv que era o de maior cilindrada, da Volkswagen, na época.
 
 
* Variant (1969 a 1976)
Esse veículo era uma a perua de três portas destinada a ser uma opção mais confortável de carro familiar. O motor era um 1600 cm³ de 65 cv e dupla carburação. Contudo este motor se diferenciava dos demais pelo fato de sua ventoinha, que, ao invés de ficar sobre o bloco (como nos anteriores), ficava ao lado dele. Sendo por muitos, chamado de motor “deitado” ou “plano”. Esse detalhe permitia “reduzir” a altura do motor ampliando a área de carga.
 
 
* TL (1970 a 1976)
Em agosto de 1970, com base na nova linha da Variant, a VW introduziu o cupê TL em substituição ao VW 1600 sedã quatro portas. Utilizava a mesma mecânica da perua Variant, a diferença estava na carroceria Fastback.
 
 
Vale ressaltar ainda a série limitada chamada TL Personalizado, vulgarmente, conhecida como “Sport”. Embora contasse com a mesma motorização do modelo original, “esportividade” mesmo ficava a cargo apenas da maquiagem: faixas pintadas nas laterais e nos capôs, soleira de porta, volante esportivo e etc.
 
 
* Karmann Ghia TC (1971 a 1975)
Assim como o TL, o Karmann Ghia TC (Touring Coupé) também compartilhava o mesmo motor emprestado da Variant. Só para lembrar, seu desenho foi todo desenvolvido pela Volkswagen do Brasil.
 
 
* SP1 e SP2 (1972 a 1976)
Da mesma forma que o Karmann Ghia TC, a versão SP também foi desenvolvida aqui para ser um cupê esportivo voltado ao mercado interno, até então, fechado às importações. Para ele haviam 2 motorizações disponíveis: o SP1 com motor 1600 cm³ de 65cv emprestados da Variant, e o SP2, preparado, de 1700 cm³ e 75cv (ambos com dupla carburação), mas o desempenho do carro, em suas duas versões decepcionou por serem muito pesados devido à carroceria de aço.


Obs.: Apesar de seu notável design, ele não conseguia derrotar o Puma (seu concorrente direto) no desempenho. Embora o SP2 usasse um motor de 1700 cm³, seu rival era feito em fibra de vidro que o deixava muito mais leve do que o aço empregado no Volks. Isso proporcionava ao Puma uma maior velocidade final, ainda que utilizasse o mesmo motor 1600 cm³ do SP1.


* Brasília (1973 a 1982)
Era uma perua pequena (uma espécie de mini-Variant), com grande área envidraçada, linha mais reta e interior que oferecia maior espaço interno aos passageiros. Utilizava a mecânica de 1600 cm³ com carburação simples que gerava 58cv, mas o baixo rendimento do motor levou a Volks a oferecer, como opcional, uma versão com dupla carburação que desenvolvia 65 cv.
 
 
* Variant II (1977 a 1980)
A diferença entre esse modelo e a versão anterior ficou por conta das suspensões (dianteira McPherson e traseira por braço arrastado). O carro ficou parecendo muito com uma Brasília, porém em grande dimensão. Seu propulsor era o mesmo 1600 cm³ de dupla carburação, porém, gerando 67cv (dois cavalos a mais do que a anterior), obtidos com um novo comando de válvulas e duas saídas de escapamento.
 
 
* Gol BX (1980 a 1986)
Modelo concebido para a indigesta missão de suceder o Fusca, do qual herdou parte da mecânica. Inicialmente estreou com o motor 1300 cm³ de carburação simples e 45 cv, porém, colocado à frente da nova estrutura monobloco. Mesmo com ignição eletrônica e contando com aperfeiçoamentos que lhe valeram 4 cv a mais que o Fusca 1300, o Gol se mostrava lento em meio a concorrência. Devido às constantes reclamações pelo baixo desempenho, foi lançada em 1981 a versão com motor 1600 cm³ (ainda refrigerada a ar), de dupla carburação e 65 cv.
 
 
* Saveiro BX (1982 a 1985)
Essa picape derivada do Gol foi lançada para representar a Volkswagen do Brasil no segmento de utilitários leves. Sua primeira versão contava com motor 1600 cm³ de dupla carburação e 65 cv. Foi o último produto desenvolvido pela Volkswagen com o velho motor boxer refrigerado a ar.
 
 
 
 
Fonte: Internet

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Matéria: Beetle 1303S GRS


Início dos anos 70 alguns clientes Volkswagen questionaram a possibilidade da montadora em fabricar uma versão esportiva do Beetle (Fusca). A princípio houve recusa por parte da diretoria, mas após muitas pesquisas e estudos constatou-se a viabilidade de tal projeto.
 
Diante disso a Volks decide, em dezembro de 1972, apresentar ao público uma edição limitada chamada GSR (Gelb-Schwarzer Renner em alemão), vulgo "Yellow & Black Racer". Na verdade, uma versão esportiva do VW Beetle 1303S.
 




 
Na época o carro foi completamente construído de acordo com os desejos dos fãs empolgados com os, bem sucedidos, Fuscas preparados para rali como o criado pela Porsche Salzburg: O Salzburg Beetle!
 

 
O modelo possuia pára-brisas panorama, grandes lanternas traseiras, suspensão dianteira MacPherson, freios a disco na frente, transmissão de quatro velocidades com longa relação de marchas. O motor era o tradicional boxer de 1600cc de 50 Hp, capaz de alcançar  130 km/h (0 a 100 km/h em 18,3 segundos).
 


 
Essa versão se diferenciava do restante da linha mais pela estética do que propriamente pelo conjunto mecânico. Para começar era disponível em apenas um esquema de cores: Amarelo Saturno e Preto Fosco.
 
A Volkswagem adotou o preto na tampa do porta-malas, capô do motor, pára-choques, frisos laterais, maçanetas, retrovisores, limpadores, ponteiras do escapamento, etc. No entanto, os aros do farol, capas dos piscas e algumas outras partes permaneceram cromadas.
 
Internamente vinha equipado com bancos dianteiros esportivos Recaro especialmente projetado para versão, volante esportivo de couro, vidro traseiro aquecido e painel de instrumentos com os slots da versão americana (lá eles eram necessários, porque por trás deles fica o refrigerador do ar condicionado).
 





 
O VW 1303S GSR contava ainda com grandes rodas esportivas, em aço, 5.5J x 15 com pneus 175/70 HR 15 e uma entrada de ar dianteira (sob o pára-choque) para o radiador adicional de óleo, idêntica ao Super Beetle norte-americano. Conforme o gosto do cliente, ele ainda podia vir com luz de neblina na traseira, faróis auxiliares de milha, spoiler, etc. Mantendo sempre o apelo esportivo.
 

 
Ao todo foram produzidas 3.500 unidades do GSR exclusivamente para o mercado alemão. Hoje estima-se que aproximadamente 100 exemplares ainda estejam rodando. Vale lembrar que hoje ele, é provavelmente, a mais conhecida e procurada edição especial Beetle.
 
No mercado americano o GSR era denominado “Sports Bug”. O curioso é que lá ele foi oferecido inicialmente nas mesmas cores, porém, a tampa do porta-malas e o capô do motor eram pintados na cor do resto do carro. Outro fato diz respeito aos frisos laterais que foram substituídos por uma larga faixa, na cor preta, que se estendia de uma lateral a outra passando pela entrada de ar na traseira.
 

 
Segundo reportagem de época, cada exemplar do GSR era vendido por 7.650 marcos alemães, um pouco mais que a versão 1303S que lhe deu origem e era vendida por 6.890 marcos.

Matérias:









Fonte: Internet.